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Brasil estuda estratégias para enfrentar sobretaxas comerciais dos EUA em 2024
Governo brasileiro planeja medidas econômicas e diplomáticas para mitigar impactos da tarifa de 50% imposta por Trump
A dez dias do prazo estabelecido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a aplicação de sobretaxas de 50% sobre produtos brasileiros, o governo do Brasil, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, junto ao setor empresarial, avalia diversas alternativas para enfrentar essa medida.
Preparação e diálogo internacional
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a pasta está considerando diferentes cenários para lidar com a possível taxação, reforçando que o Brasil manterá o diálogo aberto com os Estados Unidos. "Estamos preparando alternativas para apresentar ao presidente, mas punir empresas ou cidadãos americanos não está em discussão. Todo e qualquer cidadão americano será tratado com dignidade, e empresas, às vezes com relação centenária com o Brasil, serão tratadas com o mesmo respeito", afirmou Haddad em entrevista à rádio CBN.
Medidas econômicas e negociações
Entre as propostas analisadas, está a criação de um fundo privado temporário para conceder crédito a empresas e setores impactados pela sobretaxa, sem definição ainda sobre valores ou taxas de juros. O objetivo é apoiar quem realmente sofrer prejuízos comprovados devido à redução nas exportações para os EUA.
Além disso, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, considera formar uma comitiva para negociar diretamente em Washington, buscando um acordo comercial que retire o componente político da questão. Entre as contrapartidas que o Brasil pretende oferecer está o fim de barreiras tarifárias e não tarifárias contra produtos norte-americanos.
Outra possibilidade em estudo é solicitar a prorrogação do prazo para o início das sobretaxas, proposta defendida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e empresários, para evitar que as perdas ocorram antes de eventuais acordos.
Fortalecimento das relações comerciais
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, ressaltou que o Brasil busca ampliar suas parcerias comerciais com outros países, citando o interesse do Canadá e México em fortalecer laços com o Mercosul, além da expectativa de assinatura do acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul até dezembro.
Tributação sobre empresas de tecnologia
Durante o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), o presidente Lula anunciou a intenção de tributar empresas de tecnologia americanas, especialmente aquelas consideradas menos ágeis na remoção de conteúdos, com taxas similares às aplicadas a empresas de telefonia e internet pelo descumprimento de regras.
O governo também defende maior controle sobre as redes sociais, criticadas por permitir agressões sob a justificativa de liberdade de expressão, tema que tem provocado tensões com o governo Trump.
Diálogo com importadores americanos e preparação para sanções
Empresários brasileiros planejam conversar diretamente com importadores nos EUA para evidenciar os efeitos negativos das tarifas sobre consumidores americanos, envolvendo setores como carne bovina, suco de laranja e café.
Além disso, bancos e instituições financeiras brasileiras buscam orientação jurídica para se prepararem para possíveis sanções do governo dos EUA, incluindo riscos de restrições a operações financeiras, transações e relações bancárias com instituições americanas.