Henrique e Logan, bebês de Belo Horizonte, ganharam a atenção da internet após suas mães compartilharem vídeos sobre o crescimento acelerado dos filhos. Henrique, com quatro meses e três semanas, mede 70 cm e pesa 12 kg; já Logan, aos sete meses, tem 75 cm e 13 kg. Os dois ficaram conhecidos como 'bebês GIG', uma abreviação para 'gigantes'.

Histórias dos bebês GIG

Henrique nasceu no bairro Santa Tereza, na capital mineira, já chamando atenção pelos exames ainda na barriga. "Recebemos a notícia do ‘bebêzão’ ainda na barriga. No ultrassom, os médicos estimavam que ele teria cerca de 4.200 kg, mas ele nasceu com 4.290 kg e 62 centímetros", contou a mãe, Tamires Soares. Quando tinha apenas três meses, Henrique já pesava 10,5 kg, quase o dobro da média para a idade, e usava fraldas tamanho G. O vídeo publicado por sua mãe alcançou quase 1,5 milhão de visualizações.

A altura média de meninos recém-nascidos saudáveis no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, é de 50,5 cm. Henrique nasceu com 62 cm e segue crescendo: "Hoje, a pediatra contou que ele está fora da curva de crescimento, tanto em altura quanto em peso — mas nos tranquilizou, dizendo que esse é o biotipo dele e que, ao começar a andar, tudo tende a se equilibrar naturalmente. Ele é super saudável", relatou a mãe.

Repercussão nas redes e o desafio do enxoval

Com a fama vieram comentários de todos os tipos. "Mulher, teu leite deve ter caldo de mocotó", brincou uma internauta. Outros sugeriram dieta, o que foi descartado pela família, já que Henrique é amamentado exclusivamente no peito e acompanhado por pediatra. Tamires explicou: "Ela sempre nos orientou com muito carinho. E foi aí que decidimos usar o vídeo para mostrar que cada bebê tem seu próprio biotipo — e que, se for bem acompanhado por um profissional, isso pode ser totalmente saudável e normal".

O crescimento acelerado trouxe desafios práticos: "Perdemos praticamente todo o enxoval que preparamos com tanto carinho. Inclusive, na maternidade, a roupinha que levamos nem serviu — precisei ligar para minha sogra levar outras maiores correndo!", conta Tamires com bom humor.

Aspectos médicos e fatores genéticos

De acordo com o pediatra Dr. Frederico Hanaoka, casos de crescimento fora da curva costumam ser o resultado de fatores genéticos e ambientais. "A genética exerce influência no crescimento fetal, especialmente quando os pais têm maior estatura ou apresentam sobrepeso. No entanto, ela não é o único fator determinante. Condições ambientais e alterações hormonais maternas durante a gestação também desempenham papéis relevantes no desenvolvimento de bebês com tamanho acima do esperado", explica.

Outro caso: Logan e sua fama internacional

Logan, também nascido em Belo Horizonte, começou sua vida como um bebê de tamanho padrão, mas rapidamente superou as médias brasileiras. Filho de pai da República Tcheca e mãe mineira, ele atingiu 75 cm e 13 kg aos sete meses. "Ele se parece muito com o pai. Minha sogra disse que teve o mesmo problema quando o meu marido era bebezinho, ela perdeu diversas roupas e sempre chamou muita atenção", contou Naiane Bonane, mãe de Logan. Ela também relatou dificuldades com a amamentação exclusiva, mas garantiu que o filho sempre esteve saudável.

Nas redes, Logan também viralizou, acumulando milhões de curtidas e seguidores curiosos. A mãe conta que a fama começou ao buscar indicações de lojas com roupas adequadas para o filho: "O vídeo foi sobre uma ideia completamente genuína, eu queria saber de outras mães se elas tinham indicações de lojas onde eu pudesse comprar roupas de bebê, com cara de bebê, não roupas de criança. E aí ele viralizou, tanto pelo tamanho, pelas risadas e comentários".

Desafios e comentários negativos

Nem todo retorno foi positivo. Naiane relata que recebeu críticas e até ameaças sobre a criação do filho. “De repente, vieram comentários negativos, pessoas questionando a minha maternidade, se eu não estava dando comida demais para ele, que ele estava acima do peso, chamando-o de obeso, enfim. Cheguei a ser ameaçada, um deles disse que iria acionar o Conselho Tutelar”, desabafa. Apesar disso, reforça que Logan é saudável e acompanhado por pediatra mensalmente. "Eu nunca alimentei ele demais, sabe? É sobre o preconceito das pessoas, os ataques, eles me atacaram, falaram sobre o meu corpo, o meu peso", comenta.

Acompanhamento e orientação médica

O Dr. Frederico Hanaoka reforça a importância do acompanhamento das crianças: "Muitas crianças com crescimento acelerado nos primeiros meses de vida desaceleram com o tempo, sobretudo quando esse ganho foi impulsionado por fatores ambientais, como hábitos alimentares inadequados. Por outro lado, quando há proporcionalidade com a estatura e o biotipo dos pais, é mais provável que o crescimento reflita uma tendência genética. Em todos os casos, o monitoramento contínuo do crescimento é essencial para identificar precocemente riscos de obesidade ou distúrbios metabólicos".

O médico destaca que o monitoramento periódico e a orientação em relação à alimentação adequada ajudam a prevenir complicações, como obesidade infantil e síndromes metabólicas.