A Argentina manifesta sua oposição às políticas de igualdade de gênero no G20, realizado no Rio de Janeiro.
Diplomatas presentes no encontro mencionam que o triunfo de Donald Trump pode influenciar a postura mais radical adotada pela diplomacia argentina.
Por Gustavo Carmo
13/11/2024 21:19 · Publicado há 1 mês
A diplomacia da Argentina adotou uma postura mais firme em relação a temas valorizados pela esquerda e pelo Brasil. Tal abordagem está sendo aplicada no Rio de Janeiro, onde diplomatas estão reunidos desde o dia 12 para o encontro de cúpula das 20 principais economias mundiais. Durante a reunião preparatória para o encontro de chefes de Estado, os representantes argentinos têm manifestado uma oposição mais enfática a temas que não estão em sintonia com o governo de Javier Milei. Essa informação foi relatada pela Folha de S. Paulo e confirmada pela CNN.
Oposição às políticas de gênero
No Rio, a oposição da Argentina se destacou, especialmente contra as políticas de igualdade de gênero promovidas pelo Brasil. Diplomatas presentes no evento mencionaram que a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos revitalizou a confiança de líderes de direita, o que poderia influenciar a postura mais radical da diplomacia argentina.
Posição do governo Milei no cenário internacional
A oposição de Milei às políticas progressistas não é novidade no cenário internacional. O G20 já experimentou isso recentemente. A novidade agora é que a postura estaria mais evidente. Nos dias 8 e 9 de outubro, Brasília sediou a última reunião técnica de Mulheres do G20, onde a Argentina expressou desacordo com a declaração final de 14 páginas elaborada pelo Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres.
Discordância com o documento do G20
Este grupo foi instituído sob a presidência da Índia em 2023 e continuado pelo Brasil neste ano. No resultado final desse grupo de trabalho, a Argentina se absteve de assinar o documento e solicitou sua exclusão completa do texto final, que contou com o aval de todas as outras nações do grupo, incluindo Arábia Saudita, China, Estados Unidos e Rússia. “A presidência brasileira da Reunião Ministerial do G20 sobre Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres observa que todos os membros do grupo, exceto a Argentina, concordaram com o conteúdo do seguinte texto,” afirma o documento de 14 páginas no primeiro parágrafo.
Conflitos diplomáticos recentes
Esta não é a primeira controvérsia envolvendo a diplomacia argentina sob o atual governo. Diana Mondino, ex-ministra de Relações Exteriores de Milei, foi destituída do cargo no final de outubro após a nação condenar o embargo econômico dos EUA a Cuba. Em seu lugar, Milei nomeou Gerardo Werthein, empresário e ex-embaixador em Washington, como novo chanceler. Ele tomou posse jurando sob a Torá, o livro sagrado do judaísmo.