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O homem-bomba adquiriu fogos de artifício de maneira calma e tranquila, sem demonstrar qualquer sinal de nervosismo, de acordo com detalhes divulgados sobre a compra.

O homem-bomba adquiriu fogos de artifício de maneira calma e tranquila, sem demonstrar qualquer sinal de nervosismo, de acordo com detalhes divulgados sobre a compra.

O proprietário do estabelecimento onde os fogos de artifício foram adquiridos depôs perante a Polícia Federal.

Por Gustavo Carmo

16/11/2024 09:06 · Publicado há 1 mês

Uma semana antes de realizar o atentado em Brasília, Francisco Wanderley Luiz adquiriu, de maneira calma, os fogos de artifício que viria a utilizar na Praça dos Três Poderes. O comerciante Fernando Pereira, proprietário da loja de fogos em Ceilândia, forneceu essa informação à Polícia Federal (PF). Ceilândia é uma região administrativa a 35 quilômetros do centro de Brasília.

Pereira relatou que Wanderley visitou a loja no dia 5, às 11h, retornou às 14h e voltou no dia seguinte para buscar materiais indisponíveis na primeira visita. Segundo o comerciante, "ele estava normal, não demonstrou nervosismo". Antes disso, Wanderley não era conhecido por Pereira e havia alugado uma casa em Ceilândia.

Compras e preparação

As transações dos fogos ocorreram entre os dias 5 e 6 de novembro, totalizando R$ 1,5 mil, pagas com cartão de débito e registradas por câmeras de segurança. A aquisição no dia 5 custou R$ 295, enquanto a do dia 6 foi de R$ 1.250. Segundo a PF, Wanderley empregou fogos de artifício modificados para maior potência, semelhantes a granadas.

Pereira foi proativo ao contactar as autoridades, relatando a venda dos artefatos e afirmando seu comprometimento em cooperar com as investigações. Ele destacou que sua loja opera dentro das normas legais do Distrito Federal e não teme as investigações, afirmando: "A venda é legal, a nossa loja é legalizada".

Investigações em curso

A Polícia Federal está investigando o planejamento das ações de Wanderley. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, informou que Wanderley já tinha visitado Brasília em outras ocasiões, mas não há evidências claras de seu envolvimento nos ataques de 8 de janeiro aos edifícios dos Três Poderes. Rodrigues mencionou "indícios de planejamento de longo prazo" no ataque realizado.

Além disso, a PF colheu depoimentos de familiares de Wanderley. Uma ex-esposa revelou que ele tinha intenções de assassinar o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Os agentes da PF também iniciaram a perícia no celular de Wanderley, apreendido na manhã de quinta-feira em um trailer próximo ao STF e à Câmara.

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