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Oito policiais militares foram afastados durante uma investigação acerca da execução de um empresário no aeroporto.

Oito policiais militares foram afastados durante uma investigação acerca da execução de um empresário no aeroporto.

Um inquérito policial militar está investigando, há mais de um mês, o possível envolvimento de policiais com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Por Gustavo Carmo

12/11/2024 11:01 · Publicado há 1 mês

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) decidiu, nesta terça-feira (12), afastar oito policiais militares, que estão sob investigação da Corregedoria, após a morte do empresário Antonio Vinicius Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos, na sexta-feira (8). Um inquérito policial militar, que já se estende por mais de um mês, apura o envolvimento desses policiais na escolta de Gritzbach, supostamente ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O coronel Fábio Sérgio do Amaral, chefe da Corregedoria da PM, assinou o documento que oficializa o afastamento.

De acordo com a SSP, os policiais foram notificados para prestar esclarecimentos no inquérito. A prática de atividades de segurança privada, conhecida popularmente como "bico", é proibida segundo o regulamento disciplinar da instituição. Os celulares dos policiais presentes na execução foram apreendidos e estão sob análise. Além disso, a Corregedoria da Polícia Civil está investigando os policiais civis mencionados por Gritzbach em seu acordo de delação com o Ministério Público.

Delegações e investigações em curso

Nesta segunda-feira (11), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) informou à CNN que identificou as delegacias onde possivelmente estão lotados os policiais suspeitos de envolvimento no crime. Artur Dian, delegado-geral da Polícia Civil paulista, ressaltou que o afastamento dos agentes depende da instauração de um procedimento administrativo disciplinar, com o objetivo de confirmar a autoria e materialidade do crime. "Estamos buscando o máximo de provas via inquérito", afirmou o delegado-geral.

Formação da força-tarefa

O Governo de São Paulo instituiu uma força-tarefa para investigar a execução de Antonio Vinicius Gritzbach. Esta informação foi antecipada pela CNN na manhã de segunda-feira (11). O Delegado Osvaldo Nico Gonçalves liderará os trabalhos da força-tarefa, conforme anunciado pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Conflito interno e acusações

Em entrevista à CNN, o jornalista Valmir Salaro revelou que Gritzbach estava envolvido em um conflito com membros do PCC, sendo acusado de matar dois integrantes, incluindo um apelidado de "Cara Preta", usando uma emboscada em Itaquera. Apesar de Gritzbach negar as acusações até sua morte, havia informações que o ligavam ao crime.

A causa dessas acusações estaria ligada a suspeitas de desvio de dinheiro. Salaro detalhou que "Cara Preta" teria descoberto que o dinheiro que o PCC repassava a Gritzbach para investir em criptomoedas, imóveis e futebol estava sendo desviado para uso pessoal pelo empresário.

Implicações da delação

A situação de Gritzbach perante o PCC piorou após ele se tornar delator. Mesmo sendo uma testemunha valiosa para o Ministério Público, ele recusou viver como testemunha protegida, optando por manter sua vida habitual na crença de que nada lhe aconteceria. O jornalista conclui que essa escolha pode ter contribuído para seu destino trágico.

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