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Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/cidades/2023/3/cidades-julgamento-andre-de-pinho-feminicidio-o-que-e-feminicidio-violencia-contra-a-mulher-lei-do-feminicidio-1709027804.jpeg
Promotor condenado por feminicídio em BH é transferido para presídio no interior de Minas
Após sair 94 vezes em um ano para atendimento médico, André de Pinho deixa unidade dos Bombeiros da capital e agora cumpre pena em Uberlândia.
O promotor de Justiça André Luis Garcia de Pinho, condenado a mais de 22 anos de prisão pela morte da esposa Lorenza Maria Pinho em 2021, foi transferido da Academia do Corpo de Bombeiros Militar em Belo Horizonte para a Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
Detalhes da transferência
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a mudança ocorreu em 13 de junho de 2025. O promotor passou a cumprir pena em uma Sala de Custódia Especial, que oferece "condições adequadas e compatíveis com as prerrogativas e garantias funcionais legais e institucionais do cargo". O local conta com atendimento médico imediato, cela separada das demais, sem grades e acesso restrito, além de infraestrutura adequada de segurança, higiene, ventilação, iluminação e dignidade.
Justificativa para a decisão
A decisão foi assinada pelo secretário de justiça, Rogério Greco, que destacou a necessidade de garantir a "adequada assistência à saúde" ao detento. Entre 2024 e 2025, André de Pinho precisou sair do local 94 vezes para tratamento médico. Além disso, a alimentação do promotor era fornecida por outro complexo penitenciário, exigindo deslocamento diário de viaturas para garantir as refeições.
Repercussão entre familiares
Marco Aurélio Silva, pai da vítima, comentou sobre a transferência: "Mais de 4 anos após o assassinato e 2 anos após a condenação, nós, finalmente, o vimos no presídio. Até então, ele estava no, digamos, spa do Corpo de Bombeiros, no Aeroporto da Pampulha. Ficava passeando o tempo todo, saía uma vez por semana para ir ao médico, mas agora isso acabou". E completou: "Não é porque ele era promotor que tinha direito de ficar em um spa após assassinar a minha filha. Nós, da família, ficamos satisfeitos pois achamos que esse é o dever da Justiça: conduzir os presidiários para um local que eles mereçam ficar".
Relembre o crime
Lorenza Maria Silva de Pinho morreu em 2 de abril de 2021 no apartamento da família, no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte. Na ocasião, o promotor chamou atendimento médico para a residência, mas a equipe não conseguiu reanimar Lorenza. O laudo inicial apontou intoxicação, porém, suspeitas de feminicídio surgiram no dia seguinte, após evidências de violência física serem constatadas. O velório foi cancelado e o corpo transferido ao Instituto Médico-Legal (IML). André de Pinho foi preso dois dias depois, ainda no apartamento.
O exame de necropsia revelou que a vítima chegou ao IML praticamente sem sangue, sugerindo possível exsanguinação. André de Pinho foi condenado em março de 2023 por feminicídio, recebendo pena de 22 anos de prisão em regime fechado. Também foi sentenciado a 1 ano e 10 dias de reclusão por omissão de cautela ao manter arma de fogo no quarto do filho adolescente.