As ações de grandes empresas fabricantes de vacinas registraram uma queda significativa nesta quinta-feira (14), após o anúncio do presidente eleito Donald Trump de que Robert F. Kennedy Jr. será nomeado como o próximo secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS). Quando as informações sobre a escolha começaram a ser divulgadas, cerca de uma hora antes do fechamento do mercado, a Moderna, produtora de vacina contra a Covid-19, caiu aproximadamente 6%, enquanto a Pfizer recuou quase 2%. A Novavax, responsável por uma vacina de proteína contra a Covid-19, também registrou uma baixa de quase 6%.

Kennedy, conhecido por sua posição antivacina nos EUA e por divulgar desinformações sobre a segurança das mesmas, afirmou recentemente que pretende iniciar um estudo sobre a segurança e eficácia das vacinas "imediatamente", garantindo, entretanto, que não pretende "retirar as vacinas de ninguém".

Outras empresas do setor também foram impactadas. A BioNTech, da Alemanha, encerrou o dia com uma queda de 7%, e a britânica GSK caiu 2%. Essas companhias nos EUA já vinham enfrentando desafios devido à diminuição da demanda desde o auge da pandemia. Em 2022, a Pfizer teve uma queda de 11% em suas ações e a Moderna viu uma redução de 46%.

Impactos no mercado

Durante o pico da pandemia, a Pfizer experimentou um aumento significativo em receita e lucros, alcançando quase US$ 57 bilhões em vendas combinadas em 2022, impulsionado principalmente por sua vacina Comirnaty Covid-19 e o antiviral Paxlovid. No entanto, esse crescimento desacelerou no início de 2023, levando a empresa a revisar para baixo suas previsões de vendas relacionadas à Covid, na medida em que agências de saúde já tinham estoques eficazes de vacinas disponíveis.

Após a confirmação oficial do anúncio por Trump, as ações continuaram a cair. Trump afirmou em uma publicação no X: "A segurança e a saúde de todos os americanos são o papel mais importante de qualquer administração, e o HHS desempenhará um grande papel em ajudar a garantir que todos estejam protegidos de produtos químicos nocivos, poluentes, pesticidas, produtos farmacêuticos e aditivos alimentares que contribuíram para a esmagadora crise de saúde neste país".