Arena MRV do Atlético-MG é interditada pelo STJD.
A decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) foi divulgada no começo da tarde desta terça-feira (12).
Por Gustavo Carmo
12/11/2024 17:04 · Publicado há 1 mês
A Arena MRV, pertencente ao Atlético-MG, foi interditada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A decisão, anunciada nesta terça-feira (12), vem poucos dias após a série de distúrbios ocorridos durante o jogo de volta da final da Copa do Brasil, onde o Galo perdeu por 1 a 0 para o Flamengo. O pedido de interdição foi feito pela procuradoria do STJD na segunda-feira (11). O presidente do Tribunal, Luís Otávio Veríssimo, acatou a solicitação, determinando que o Atlético-MG realize suas partidas em outro local, com portões fechados.
Motivos da Interdição
De acordo com o despacho divulgado, "a medida estará em vigor até que o clube comprove a adoção de medidas necessárias e suficientes para garantir a segurança na Arena MRV". Na solicitação apresentada na segunda-feira, e obtida pela Itatiaia, o procurador Paulo Dantas destacou cinco eventos graves ocorridos no estádio durante o jogo contra o Flamengo. Estes incluem:
- Arremesso de bombas no campo
- Invasão do campo
- Uso de laser contra o goleiro adversário
Essas ações são mencionadas como prova das alegações da PGJD sobre falhas do clube na manutenção da segurança do local (art. 211 do CBJD) e a falta de medidas eficazes para prevenir atos hostis por sua torcida (art. 213 do CBJD).
Posicionamento do Atlético-MG
Em comunicado oficial, o Atlético-MG anunciou a intenção de apresentar um pedido de reconsideração da interdição. Segundo o clube, a decisão do STJD não possibilitou o exercício do direito de defesa ao CAM. O pedido será fundamentado nas medidas que o clube afirma ter implementado para garantir a segurança na Arena MRV. Embora cumpra com a determinação do STJD, o Atlético-MG destaca a importância do direito à ampla defesa para a construção de uma decisão justa.
Consequências do Episódio
Na decisão que decretou a interdição, o presidente do STJD mencionou o incidente com o fotógrafo Nuremberg José Maria, que foi atingido por uma bomba no pé durante o jogo. Veríssimo enfatizou que a continuidade dos eventos esportivos na Arena MRV, sem intervenção imediata, pode levar a mais episódios de violência e ameaça à segurança dos presentes, dado o apontado despreparo do clube para garantir um ambiente seguro.
O Atlético-MG informou que se comprometeu a cobrir todos os custos médicos do fotógrafo, que foi visitado pelo presidente Sérgio Coelho. Em entrevista à Itatiaia, o CEO do clube, Bruno Muzzi, prometeu "medidas severas" contra aqueles responsáveis pelas confusões. Ele descreveu o dia como um momento de vergonha e autorreflexão, enfatizando o compromisso do clube em corrigir os erros identificados. Durante o jogo, 16 indivíduos foram detidos pela Polícia Militar, com 12 acusados de incitação ao tumulto, ameaça e injúria racial.