Para captar a atenção da geração Z rumo ao empreendedorismo, é essencial adotar abordagens dinâmicas e inovadoras. Aquí estão algumas estratégias que podem ser útilmente consideradas: 1. **Oferecer Educação Prática e Relevante**: Cursos que fomentem habi
Ter um empreendimento próprio tornou-se um objetivo almejado pelos jovens, com 77% deles sonhando em abrir seus próprios negócios. Um especialista ressalta a importância de cultivar esse desejo pelo empreendedorismo e o papel das empresas nesse processo.
Por Gustavo Carmo
11/11/2024 17:05 · Publicado há 1 mês
O complexo relacionamento entre os jovens da geração Z — nascidos entre 1996 e 2010 — e o mercado de trabalho tem se tornado uma questão amplamente debatida em várias partes do mundo. Termos como quiet quitting, rage applying e job hopping surgiram para encapsular os padrões de comportamento que esses jovens revelam no ambiente corporativo, ressaltando uma mudança drástica de atitudes. A distância entre os desejos dos jovens e o que o mercado tem a oferecer faz com que muitos se afastem do ambiente empresarial tradicional.
Empreendedorismo na geração Z
De acordo com o Monitor Global de Empreendedorismo (GEM), cerca de 8 milhões de jovens, entre 18 e 24 anos, estão à frente de seus próprios negócios. Uma pesquisa realizada pela startup de benefícios corporativos Caju, junto com a consultoria Consumoteca, revelou que 54% dos jovens da geração Z na América Latina almejam ter seu próprio negócio, enquanto apenas 10% consideram o trabalho autônomo. Em contraste, 19% buscam oportunidades em empresas com plano de carreira e benefícios tradicionais.
Apesar de muitos jovens se afastarem das rotinas corporativas em busca de flexibilidade, há um desejo constante de conduzirem suas próprias carreiras, reforçando o ímpeto empreendedor. Conforme a pesquisa da Caju/Consumoteca, para 77% dos jovens desta geração, ter um negócio próprio é um sonho a ser realizado.
A educação e a formação empreendedora
De acordo com Alessandro Saade, superintendente executivo do Ensino Social Profissionalizante (Espro), o modelo educacional atual não aborda disciplinas específicas para preparar os jovens para além do mercado tradicional. Segundo ele, o ensino visa formar mão de obra, não empreendedores. Saade é também criador da plataforma Empreendedores Compulsivos, que capacita jovens brasileiros através de cursos, mentorias e palestras.
Ele destaca que atrair jovens para o empreendedorismo exige formação específica desde o ensino básico. Para diminuir essa distância, o Espro oferece cursos gratuitos que abordam não apenas habilidades técnicas, mas também "soft skills" como inteligência emocional, cidadania e conceitos básicos de gestão.
Superando desafios e mudando mentalidades
Saade observa que muitos jovens se aventuram em negócios próprios mais por necessidade do que por vocação, o que pode aumentar o risco de falhas devido à falta de estrutura. Ele enfatiza a importância de referências positivas para jovens empreendedores e a necessidade de mostrar que o sucesso não está limitado por condições financeiras ou sociais.
O processo empreendedor envolve aprendizado constante, e a Geração Z, muitas vezes vista como "difícil de se trabalhar", precisa desenvolver resiliência e disposição para correr riscos, conforme estudo da EDC Group. Devem aprender a enfrentar erros e frustrações, compreendendo que o empreendedorismo exige progressão contínua.
Facilitando o sucesso empreendedor
Facilitar o acesso a ferramentas e condições adequadas é essencial para que jovens empreendedores prosperem. Dispor de ferramentas simples para gestão e ter contato com mentores dispostos a orientar são passos fundamentais para o sucesso de novos negócios.
Saade destaca a importância de criar um ecossistema que desmistifique a ideia de que o empreendedorismo jovem se limita a startups de tecnologia. Ele sugere a necessidade de recursos, suporte e metodologia para que jovens possam desenvolver suas ideias com apoio adequado.
Programas promovidos por grandes empresas e associações, que incentivam tanto o empreendedorismo quanto a educação empreendedora, são vitais para que as ideias das novas gerações ganhem visibilidade e saiam do papel. Um exemplo é a iniciativa criada em colaboração com a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), onde jovens de São Paulo desenvolveram uma plataforma de e-commerce em moda para pessoas com deficiência, com o apoio institucional do Espro e de entidades financeiras associadas à ABBC.