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Dia da Gastronomia Mineira: influência marcante nas cozinhas de Belo Horizonte
Profissionais de diferentes regiões do Brasil relatam como a culinária de Minas Gerais inspira e transforma suas criações na capital mineira.
A gastronomia mineira é reconhecida como uma das mais sólidas e representativas do Brasil, sendo celebrada em todo o país. Na véspera do Dia da Gastronomia Mineira, comemorado em 5 de julho, chefs e empreendedores de várias partes do Brasil compartilham como a tradição culinária de Minas Gerais moldou seus caminhos e criações em Belo Horizonte.
Origem e Tradição do Dia da Gastronomia Mineira
O Dia da Gastronomia Mineira foi instituído em 2012, homenageando toda a cultura alimentar do estado e destacando a figura do intelectual Eduardo Frieiro, autor do livro “Feijão, Angu e Couve – ensaio sobre a comida dos mineiros”. Frieiro defendia que as receitas mineiras não deveriam ser "descaracterizadas" ou modificadas, ressaltando a importância da preservação das tradições culinárias.
Inovação e Adaptação nas Cozinhas de BH
Apesar do tradicionalismo defendido por Frieiro, muitos profissionais da gastronomia buscam novas possibilidades, unindo referências regionais com toques de mineiridade. Um exemplo é Regilene Coelho, natural de Imperatriz (MA), que trouxe para Belo Horizonte pratos da culinária do Norte e Nordeste, adaptando-os ao gosto mineiro e incorporando ingredientes locais, como a carne de porco.
O chef Zito Cavalcante, de Cabo Frio (RJ), também encontrou em BH um espaço para inovar. Ele destaca técnicas e ingredientes típicos de Minas, como a taioba e o pequi, além da técnica "pinga e frita", que consiste em cozinhar a carne com adição gradual de água. No bar Faísca, Zito mistura elementos de várias regiões do Brasil, sempre respeitando o paladar mineiro.
Intercâmbio Gastronômico e Identidade Regional
Diego Manfredini, curitibano e proprietário do Bebedouro Bar e Fogo, cresceu apreciando a culinária mineira devido às origens de seu pai. Ao lado do irmão, fundou o bar Quermesse em Curitiba, inspirado pela tradição dos bares de Minas. Em BH, destaca-se pela criação de pratos como a panceta de rolo com queijo canastra e goiabada, que mesclam sabores do Sul e de Minas.
Raízes e Reinvenção
Willian Oliveira, chef do Vila Chalezinho, em Nova Lima, relembra a importância de valorizar os ingredientes e preparos locais, como a mandioca e a carne de porco, enquanto Marina Mendes, confeiteira do ateliê Sá Marina, explora doces que unem referências mineiras e baianas, trazendo releituras criativas para clássicos da confeitaria.
Receita de Baião de Dois do Maturi
Uma das receitas emblemáticas destacadas é o baião de dois do restaurante Maturi, adaptado para incluir ingredientes mineiros e nordestinos. O preparo envolve arroz, feijão-de-corda, costelinha de porco, mandioca, couve e temperos, resultando em um prato que sintetiza o intercâmbio de sabores entre as diferentes regiões.
O Papel do Público Mineiro
Os profissionais ouvidos ressaltam que o público de Minas Gerais valoriza suas tradições, sendo inicialmente desconfiado, mas extremamente fiel quando conquistado. O retorno e o carinho dos clientes são citados como diferenciais importantes para o sucesso dos estabelecimentos na capital mineira.
Herança Compartilhada e Diversidade Culinária
A culinária mineira, apesar de suas raízes profundas, compartilha ingredientes e preparos com outras regiões. Pratos como o feijão-tropeiro e o uso de mandioca mostram que a identidade mineira dialoga com a diversidade e a história alimentar do Brasil, promovendo um verdadeiro intercâmbio cultural à mesa.