A possível volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos pode desencadear um aumento nas fusões e aquisições de bancos, conforme o governo republicano coloca reguladores mais inclinados a aprovar grandes negociações no setor, segundo executivos e analistas. A expectativa é de que o setor bancário se beneficie caso os reguladores republicanos aliviem as normas de capital e autorizações de fusões, substituindo os cargos ocupados pelos indicados de Joe Biden.

Abertura para grandes fusões

Mitchell Eitel, sócio-gerente do escritório de advocacia Sullivan & Cromwell, expressou em uma conferência bancária em Nova York que acredita em um período propício para a realização de grandes negócios. O CEO do Bank of America, Brian Moynihan, ressaltou em outra conferência que os reguladores devem facilitar as operações de fusões e aquisições.

Reguladores receptivos a grandes negócios

Espera-se que os reguladores americanos sejam mais receptivos a fusões maiores, contrariando a percepção recente de que as menores eram mais propensas a aprovação. Um exemplo será a aquisição de US$ 35,3 bilhões do Capital One Financial Group para comprar o Discover Financial.

Oportunidades para bancos regionais

Bancos regionais de maior porte podem ter a chance de adquirir concorrentes e expandir significativamente, aumentando a competição no setor, cujos depósitos têm crescido nos últimos tempos. Segundo Tom Michaud, CEO do banco Keefe, Bruyette & Woods, há uma demanda reprimida por negociações bancárias, o que pode levar a mais atividades no setor.

Michaud observou que bancos de médio porte geralmente melhoram seus retornos sobre o capital quando ampliam suas operações. "Se não fizermos nada, teremos quatro grandes bancos se tornando ainda maiores", ele comentou.

Possíveis participantes em fusões

É provável que grandes bancos regionais, como US Bancorp, Trust Financial e PNC Bank, participem de fusões ou aquisições, de acordo com Randal Quarles, fundador do Cynosure Group e ex-vice-presidente do Federal Reserve. Os três bancos não se pronunciaram sobre o assunto.

Em abril, William Demchak, CEO do PNC, enviou uma carta aos reguladores defendendo uma política de fusões que "crie concorrentes para os maiores bancos globais sistemicamente importantes dos Estados Unidos", conhecidos como G-SIBs.