{{noticiaAtual.titulo}}

Fonte da imagem: https://otempo.scene7.com/is/image/sempreeditora/cidades-minas_gerais-chuvas-tempestades-1736811545?qlt=90&ts=1739306102661&dpr=off
Ipatinga planeja construção de casas populares para famílias afetadas por chuvas
Prefeitura busca soluções habitacionais um mês após desastre que deixou milhares desabrigados.
Um mês após um intenso temporal que resultou em dez mortes e deixou mais de duas mil pessoas desabrigadas ou desalojadas, a Prefeitura de Ipatinga está elaborando um projeto para a construção de moradias populares voltadas para famílias que habitam em áreas de risco geológico, sujeitas a perdas ou danos em eventos adversos, como chuvas intensas.
Contexto da Tragédia
Segundo dados do município, cerca de 30 mil pessoas vivem nessas áreas de risco, representando 13% da população total de 227.731 habitantes, conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O prefeito Gustavo Nunes (PL) declarou à TV Sim Brasil que o projeto está sendo analisado em conjunto com as secretarias municipais e a Câmara de Vereadores. "Temos algumas áreas já planejadas, que são terrenos que pertencem à prefeitura, localizados nos bairros Veneza e Pedra Branca", detalhou Nunes.
Parcerias e Desafios
O município também pretende firmar uma parceria com a iniciativa privada, realizando um chamamento público para explorar áreas pertencentes a instituições privadas para a construção das novas moradias. "Eles poderão realizar a obra e, depois, poderemos permutar alguns espaços do município que sejam economicamente viáveis", acrescentou o prefeito.
Embora o projeto esteja em fase de planejamento, ainda não há uma estimativa de quantas famílias serão beneficiadas nem qual será o custo total da obra. Um dos principais desafios é convencer as famílias a deixarem suas residências, mesmo que localizadas em áreas de risco. Nunes enfatizou: "Precisamos implementar esse programa habitacional e entregá-lo o mais rápido possível para garantir mais segurança para essas pessoas e reduzir o número de famílias que recebem aluguel social".
Impacto Social
Antes das chuvas de janeiro, 112 pessoas já tinham acesso ao aluguel social. Após o desastre, 483 novas solicitações foram feitas e estão sendo analisadas. O valor do aluguel social, que era R$ 450, aumentou para R$ 600 em fevereiro. Em decorrência do temporais que ocorreram em 12 de janeiro, 1.953 pessoas se tornaram desalojadas, enquanto 169 ficaram desabrigadas. Atualmente, restam 1.509 desalojados e 64 desabrigados na cidade.
A História de uma Família
Um exemplo é a história de Israel Santos, um empresário de 32 anos, que perdeu sua casa durante o temporal. Desde então, ele e sua família se mudaram para a casa de parentes. "A nossa vida mudou muito. A gente tinha o nosso lugar, o nosso cantinho", lamentou Santos, que viu seu imóvel desabar devido à força da chuva e ao deslizamento do barranco. "Perdemos tudo, mas conseguimos apoio da comunidade através de doações", acrescentou.
Prejuízos e Investimentos
A Prefeitura de Ipatinga estima que os prejuízos causados pelas chuvas superam R$ 650 milhões, com R$ 150 milhões destinados a reparos imediatos e R$ 500 milhões para intervenções futuras. Até agora, o município recebeu apenas R$ 2 milhões para ajudar na recuperação, sendo metade desse valor do governo do Estado e outra metade do Governo Federal, destinada a operações de limpeza.
O Governo Federal também repassou R$ 691 mil para a compra de itens de assistência humanitária e aluguéis de veículos. O Governo de Minas, por sua vez, informou que está apoiando microempresários locais com R$ 11,6 milhões em crédito emergencial, além de fornecer materiais de construção para a cidade.