O documentário "Cazuza: Boas novas", dirigido por Nilo Romero e Roberto Moret, estreia nesta quinta-feira (17/7) nos cinemas, trazendo um olhar detalhado sobre a carreira solo do cantor e compositor Cazuza, iniciada com o álbum "Exagerado" em 1985. O filme reúne shows, gravações inéditas e imagens dos bastidores que mostram encontros com amigos e os momentos da última turnê do artista.

Direção e Produção

Nilo Romero, baixista que acompanhou Cazuza desde a turnê do álbum "Exagerado", assume a direção do documentário após desenvolver o argumento e roteiro. A codireção ficou a cargo de Roberto Moret. Romero destaca que recebeu incentivo do fundador do Canal Curta!, Júlio Worcman, para dirigir o projeto, fundamentado no conhecimento profundo da história a ser contada.

Imagens de Arquivo e Bastidores

O documentário possui um grande diferencial: o uso de imagens de arquivo, muitas delas caseiras e inéditas, capturadas principalmente por George Israel, do Kid Abelha, amigo de Cazuza e Romero. Essas imagens incluem momentos pessoais, como o casamento de Israel na década de 1980, onde Cazuza aparece tocando com amigos, além de registros da turnê do álbum "Ideologia" (1988), dirigida por Ney Matogrosso.

Entre as cenas marcantes está o show de 16 de outubro de 1988 no Canecão, no Rio de Janeiro, onde Cazuza protagonizou o episódio conhecido por cuspir na bandeira do Brasil. O filme também revela momentos descontraídos do cantor, mostrando seu bom humor e ironia mesmo diante da fragilidade física decorrente de sua doença.

Participações e Depoimentos

Além das imagens, o documentário apresenta depoimentos de pessoas próximas a Cazuza, como sua mãe Lucinha Araújo, os músicos Roberto Frejat, George Israel, Christiaan Oyens, Ney Matogrosso, Gilberto Gil, e o fotógrafo Flávio Colker. A fala de Frejat destaca a importância da amizade e parceria musical entre ele e Cazuza, ressaltando que juntos compuseram canções fundamentais para suas carreiras.

O Luta Contra a Doença

O filme aborda também o impacto da AIDS na vida do artista, lembrando a capa da revista "Veja" de abril de 1989, que apresentou uma visão sensacionalista da doença. O documentário mostra a batalha de Cazuza para continuar produzindo música, destacando as dificuldades enfrentadas durante a gravação de seu álbum final "Burguesia" (1989), quando o cantor muitas vezes precisou gravar deitado no estúdio devido à sua condição física debilitada.

Objetivo do Documentário

Para Romero, o filme não é triste, mas sim divertido e emocionante, refletindo a personalidade do artista. Uma das motivações para realizar o projeto foi apresentar Cazuza para as novas gerações, que muitas vezes têm pouco conhecimento sobre sua trajetória e importância na música brasileira.

Exibições

"CAZUZA: BOAS NOVAS" (Brasil, 2025, 91 min) será exibido no Centro Cultural Unimed-BH Minas, Cidade (Sala 5) e UNA Cine Belas Artes (Sala 2) em Belo Horizonte, com sessões a partir de 17 de julho.