{{noticiaAtual.titulo}}

Fonte da imagem: https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2025/07/10/1200x720/1_35b2bf70_5d02_11f0_a844_279cd2217db0-56080132.jpg?20250710095324?20250710095324
Impactos do novo imposto de 1% sobre remessas bancárias dos EUA para a América Latina
A partir de 2026, o governo americano passará a cobrar um imposto de 1% sobre remessas em espécie, afetando migrantes e países que dependem dessas receitas na América Latina.
O novo imposto de 1% aprovado pelo governo dos Estados Unidos, que começará a vigorar em janeiro de 2026, incidirá sobre as remessas de dinheiro feitas em espécie por migrantes latino-americanos. Segundo estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), estas remessas representam fonte fundamental de sustento para centenas de milhares de famílias na América Latina, usadas para despesas do dia a dia e investimentos em saúde e educação dos filhos.
Contexto das remessas para a América Latina
Em 2024, as transferências financeiras para a América Latina totalizaram cerca de US$ 160 bilhões, com os Estados Unidos sendo o principal país de origem desses recursos. Inicialmente, o imposto aprovado pelo Congresso americano seria de 5%, mas foi reduzido para 1% e se aplica apenas às remessas pagas em espécie, excluindo transferências eletrônicas e bancárias.
Impacto econômico dos países latino-americanos
Especialistas afirmam que a cobrança não representa risco macroeconômico para os países mais dependentes dessas remessas, como El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua, onde as remessas respondem por quase 25% do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, haverá redução no valor recebido pelas famílias, que terão que arcar com o imposto ou aceitar menos recursos.
O México, que recebeu cerca de US$ 65 bilhões em remessas no ano passado, pode perder até US$ 1,5 bilhão, o maior impacto absoluto. Já na América do Sul, países como Colômbia e Brasil sentirão efeitos menores, pois dependem menos dessas receitas e a maior parte das transferências é feita eletronicamente, isenta do imposto.
Alternativas para evitar o imposto
O imposto não será cobrado sobre envios eletrônicos, que são a forma mais comum atual de remessas. Migrantes sem documentos podem recorrer a terceiros com acesso ao sistema bancário para realizar transferências, o que pode encarecer o processo, mas evitar o imposto. Também são consideradas opções o uso de cartões pré-pagos e criptomoedas.
Repercussões sociais e políticas
O imposto é visto por especialistas como parte de uma política mais ampla dos EUA para pressionar migrantes sem documentos, associando a arrecadação a ações de controle migratório e orçamentos para deportações. No entanto, a redução para 1% diminui a expectativa de arrecadação para cerca de US$ 4,6 bilhões em 10 anos, valor abaixo das necessidades do governo americano.
Apesar das dificuldades, especialistas destacam que os migrantes continuarão enviando dinheiro para suas famílias, pois essas remessas são essenciais para a sobrevivência e bem-estar das pessoas nos países de origem.