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'Não tenho raiva, penso nele com carinho', diz refém de ônibus sobre sequestrador
Refém relata experiência traumática após sequestro em Contagem e expressa solidariedade ao sequestrador.
Mais de 24 horas após o sequestro de um ônibus no bairro Nacional, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, Wellington Lemos, um passageiro de 58 anos, que foi forçado a dirigir o coletivo e mantido refém por mais de três horas, ainda luta para recordar detalhes do que aconteceu, memórias que foram obscurecidas pelo estado de choque. Apesar do trauma, ele afirma não desejar mal ao sequestrador de 36 anos, mencionando até que o pensa com "carinho" e "amor de irmão".
O Sequestro
O sequestro ocorreu na última terça-feira, 28 de janeiro. Lemos, proprietário de uma ótica, estava indo para casa buscar óculos de clientes e foi abordado pelo suspeito armado com uma faca. "Eu estava achando que estava bem, mas, na verdade, estou em uma tensão violenta. Conversei com um psicólogo e percebi que não estava bem, pois não consigo me lembrar dos detalhes", revelou o empresário.
A Experiência de Wellington
Ele descreveu o momento em que percebeu a gravidade da situação: "Eu só vi quando ele (sequestrador) já estava em cima de mim, com a faca. Ele gritou, falou que não ia me fazer mal, e eu fiquei mais tranquilo. Quando ele mandou eu dirigir, eu simplesmente sentei lá para dirigir. Eu fiz tudo no automático, pois pensei que se eu o levasse até onde queria, ele iria me liberar". Apesar de não se recordar de ter colidido com outros veículos durante o trajeto, Lemos se disse aliviado ao chegar em casa.
Sentimentos de Compaixão
Quando questionado sobre o que gostaria de dizer ao sequestrador, que enfrenta problemas de depressão, Lemos respondeu: "Que Deus abençoe a vida dele. Eu torço para ele vencer, quero ver ele vencendo também. De maneira nenhuma eu tenho raiva dele. Ele estava desesperado. Eu penso nele com muito carinho, com amor mesmo, de irmão. É tão bom ver as pessoas crescerem".
Após o Sequestro
O sequestrador foi levado ao hospital, onde recebeu tratamento e já recebeu alta. Contudo, ele ainda não prestou depoimento, sendo encaminhado ao sistema prisional. A audiência de custódia está marcada para o dia seguinte ao sequestro.