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Da 'caça aos marajás' à prisão por corrupção: a carreira política de Fernando Collor
Ex-presidente do Brasil é condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A movimentada vida política do ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) ganhou um novo e marcante capítulo: aos 75 anos, ele foi preso em Maceió após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Condenação e Prisão
Na decisão, Moraes destacou que foram esgotados os recursos no processo em que o ex-presidente foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a ser cumprida inicialmente em regime fechado. A condenação, anunciada em maio de 2023, está relacionada a um caso proveniente da Operação Lava Jato, envolvendo crimes com a BR Distribuidora.
Collor foi detido em Maceió, sua cidade natal, enquanto se preparava para viajar a Brasília. No mesmo dia, o ministro Gilmar Mendes, que havia votado pela absolvição de Collor, levou ao plenário do STF o julgamento sobre a prisão. Até o momento, quatro ministros votaram para manter a prisão, mas a decisão final será tomada no próximo encontro do plenário físico em maio, enquanto Collor permanece detido.
Acusações Contra Collor
Entre as acusações, a Procuradoria Geral da República (PGR) afirma que Collor, junto com dois empresários, favoreceu a UTC Engenharia em contratos com a BR Distribuidora, recebendo R$ 20 milhões. A maior parte das evidências veio de delatores da Operação Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef, que foi um dos primeiros a colaborar com as investigações.
O relator do caso, ministro Luiz Edson Fachin, afirmou que as provas coletadas comprovaram que Collor exercia influência sobre o controle da BR Distribuidora e utilizou seu poder para facilitar contratos com a UTC Engenharia. Para Fachin, também foi evidenciado que houve lavagem de dinheiro, com 42 depósitos em contas do ex-presidente e 65 em contas de empresas que ele controlava, visando ocultar transações financeiras.
Carreira Política de Collor
Fernando Collor, oriundo de uma das famílias mais tradicionais da política de Alagoas, foi eleito governador em 1986 e, posteriormente, presidente em 1989, durante as primeiras eleições diretas após a ditadura militar. Conhecido como o "caçador de marajás", ele prometeu acabar com privilégios na burocracia brasileira.
Seu governo enfrentou crises econômicas e políticas, culminando em 1992 com um processo de impeachment. Collor renunciou ao cargo, mas seu impeachment foi aprovado, cassando seus direitos políticos por oito anos. Nos anos seguintes, ele foi absolvido em um processo criminal no STF por falta de provas.
Retorno à política e apoio a Bolsonaro
Após alguns anos fora do cenário político, Collor retornou em 2002, mas não conseguiu ser eleito governador de Alagoas. Em 2006, foi eleito senador, sendo reeleito em 2014. Desde então, Collor se tornou alvo da Operação Lava Jato e, em 2018, se aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro, tornando-se um de seus apoiadores em várias ocasiões.
Em 2022, no final de seu mandato como senador, Collor disputou novamente o governo de Alagoas, mas perdeu para Renan Filho (MDB). Especialistas acreditam que sua recente condenação não terá grande impacto em seu legado político.