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'Brinco de ouro' e Disputa Nervosa celebram o funk em Belo Horizonte
Espetáculo de dança e competição destacam a força cultural e a resistência do funk periférico neste fim de semana em BH
Sete bailarinos se apresentam com o estilo característico das quebradas, vestindo bermudas, cropped, óculos Juliet, chapéu bucket e cordões coloridos, em tons pastel. Um deles usa uma balaclava rendada, simbolizando a associação equivocada entre as periferias e práticas criminosas. A performance “Brinco de ouro”, realizada pela Cia Favelinha, traça um paralelo entre a história da exploração dos negros no Brasil e os desafios atuais enfrentados pelos moradores das periferias, em sua maioria negros.
Contexto e criação
O espetáculo, dirigido por Léo Garcia, é uma construção coletiva que mistura movimentos de capoeira, samba, vogue, rebolado e os populares passinhos de funk. Concebida em 2023, a coreografia já foi apresentada em várias capitais brasileiras, incluindo Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife. Em Belo Horizonte, “Brinco de ouro” integrou festivais de dança e foi o primeiro espetáculo de funk a ser montado no Palácio das Artes em 2023.
Significado do nome
O título da obra remete ao período colonial, quando negros que usavam brincos de ouro, mesmo os alforriados, eram malvistos. Segundo o diretor, o espetáculo simboliza o sonho realizado dos ancestrais negros brasileiros, com os corpos dos bailarinos representando esse motivo de orgulho, bravura e revolução. "A partir da colaboração do indivíduo dentro do coletivo, conseguimos potencializar o orgulho e a valentia", ressalta Léo Garcia.
Disputa Nervosa: resistência e celebração
Além da apresentação do espetáculo, o Centro Cultural Lá da Favelinha promove neste domingo (3/8), sob o Viaduto Santa Tereza, a final da Disputa Nervosa Nacional, evento que reúne vencedores de seletivas em diversas capitais do país. Criada em 2015 por Kdu dos Anjos, a competição é um espaço de resistência cultural e valorização do funk, mostrando sua potência e promovendo a profissionalização dos jovens dançarinos.
Formato e importância do evento
Os oito finalistas duelam em rodadas com apresentações de 40 segundos, com o vencedor recebendo o prêmio de R$ 15 mil. Para Kdu dos Anjos, a disputa possibilita protagonismo aos jovens e gera renda, além de ser uma forma de combater a criminalização da cultura do funk. "Vai ser muito bom mostrar para a cidade e para o Brasil o quanto o funk organizado é potente", afirma o idealizador.
Informações sobre os eventos
Brinco de Ouro: Apresentação única no sábado (2/8), às 19h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Ingressos a R$ 10 e R$ 5 (meia), disponíveis na bilheteria e no Sympla. Informações pelo telefone (31) 3270-8100.
Disputa Nervosa: Final no domingo (3/8), às 15h, embaixo do Viaduto Santa Tereza. Entrada gratuita.