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Agro enfrenta alta de juros e desafios climáticos; pedidos de recuperação judicial aumentam
Fonte da imagem: https://www.otempo.com.br/content/dam/otempo/editorias/blogs/luiz-tito/2024/3/blogs-pib-crescimento-do-pib-no-brasil-exportacoes-do-agro-1713403495.jpeg

Agro enfrenta alta de juros e desafios climáticos; pedidos de recuperação judicial aumentam

Setor do agronegócio brasileiro registra crescimento no PIB, mas enfrenta dificuldades financeiras que elevam as solicitações de recuperação judicial, principalmente entre produtores rurais sem CNPJ.

Por Admin

24/07/2025 21:00 · Publicado há 1 dia
Categoria: Economia

Com a taxa de juros em 15% ao ano e prejuízos causados por condições climáticas adversas, o agronegócio e os produtores rurais no Brasil têm enfrentado dificuldades financeiras significativas que resultaram em um aumento expressivo nos pedidos de recuperação judicial no setor. Segundo dados da Serasa Experian, no primeiro trimestre de 2025, esses pedidos cresceram 21,5%, totalizando 389 requerimentos.

Crescimento do PIB do Agro e perfil dos produtores em dificuldade

Apesar dos desafios, o agronegócio registrou um aumento de 12,2% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional nos primeiros três meses do ano, com uma contribuição de R$ 233,86 bilhões, representando quase 8% do total da economia. A maior parte dos pedidos de recuperação judicial são feitos por produtores rurais pessoa física, que operam sem CNPJ. Foram 195 processos nesse grupo, correspondendo a metade dos requerimentos, com Minas Gerais sendo o segundo estado com maior número de solicitações, atrás apenas de Mato Grosso. Produtores rurais pessoa jurídica responderam por 113 pedidos.

Fatores que agravam a situação financeira do setor

Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, explica que, além das condições econômicas do país, as oscilações nos preços internacionais das commodities e um crédito rural mais restrito dificultam a situação. "Muitos produtores enfrentam custos elevados, prazos longos para recebimento, exigência maior de garantias e dificuldades para rolar dívidas, o que pressiona o caixa e reduz margens para manobras. Contudo, é importante lembrar que o número absoluto de solicitações ainda é pequeno comparado ao universo de cerca de 1,4 milhão de produtores que obtiveram crédito rural nos últimos dois anos", comenta.

Ele destaca que os produtores pessoa física têm um cenário mais delicado, pois operam com margens reduzidas e enfrentam despesas extras como o pagamento pelo uso da terra. Em cenários com maior volatilidade climática e restrições de crédito, esses produtores enfrentam ainda mais desafios financeiros.

Impacto do clima e riscos da recuperação judicial

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) apontou que períodos de estiagem em 2023 e 2024, além de geadas, frio intenso e chuvas de granizo em anos anteriores, afetaram a produção, reduzindo a receita dos produtores e, consequentemente, sua capacidade de pagamento e investimento. A entidade também destacou o impacto de fechamentos repentinos de mercados externos, prejudicando exportações.

A Faemg alerta para os riscos da recuperação judicial, principalmente para produtores pessoa física, que precisam estar registrados na Junta Comercial para pleitear essa alternativa. "Uma recuperação judicial exige uma análise detalhada das dívidas e não é garantia de solução, podendo comprometer negócios a médio e longo prazo, dificultando a obtenção de crédito futuro essencial para a continuidade das atividades", afirma a entidade.

Casos exemplares e opinião de especialista

Na região de Paracatu, Minas Gerais, a 1ª Vara Cível concedeu recuperação judicial a um grupo do agronegócio com dívidas superiores a R$ 895 milhões, justificando dificuldades climáticas, econômicas e redução de liquidez. Outro grupo, em Água Boa, região do Rio Doce, busca equacionar R$ 181,1 milhões em dívidas, alegando aumento dos custos, falta de chuvas e queda nos preços das commodities.

O advogado especialista em direito econômico Fabiano Jantalia destaca que a recuperação judicial não é a solução ideal para o setor. Segundo ele, o problema principal das empresas não é patrimonial, mas de caixa. "A recuperação judicial pode trazer mais problemas do que soluções, pois suspende cobranças e contratos por 180 dias, o que pode inviabilizar a continuidade das operações. Além disso, o score dessas empresas cai, dificultando o acesso a crédito ou elevando os custos financeiros", conclui.

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