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Saiba o que os jogadores podem fazer em caso de invasões nos clubes
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Saiba o que os jogadores podem fazer em caso de invasões nos clubes

Atletas relatam que clubes muitas vezes são coniventes com torcedores que invadem centros de treinamento para cobranças diretas

Por Admin

21/07/2025 04:31 · Publicado há 3 dias
Categoria: Esportes

Nas últimas duas semanas, torcedores invadiram os centros de treinamentos de pelo menos quatro clubes da Série A do Campeonato Brasileiro para cobrar diretamente atletas e comissões técnicas, exigindo explicações pelos resultados ruins e desempenho abaixo do esperado. A reportagem do TV Sim Brasil conversou com representantes de jogadores que atuam no Brasil e no exterior para entender como os atletas reagem a essas situações.

Aspectos jurídicos e responsabilidade dos clubes

Do ponto de vista jurídico, existem três esferas em que as instituições podem ser responsabilizadas. Na esfera cível, o clube responde por danos morais e físicos causados aos atletas, especialmente em casos de agressões ou ameaças. Em situações de agressão física, deve-se registrar boletim de ocorrência e realizar exame de corpo de delito.

Segundo o advogado especialista em direito esportivo Gustavo Nadalin: "Houve evidentemente uma violação grave de segurança no ambiente de trabalho do atleta. O clube tem o dever legal e constitucional de garantir a segurança dos atletas no seu ambiente de trabalho. Então, invasão, agressão, ofensas, ameaças, caracterizam uma falha gravíssima desse dever. O atleta agredido ou os atletas que se sentirem ameaçados, ofendidos, eles têm algumas medidas que podem ser adotadas com relação ao clube. A principal delas é a rescisão imediata do contrato, a chamada rescisão indireta do contrato de trabalho, previsto no artigo 483 da CLT. Ele pode entrar, acionar a Justiça do Trabalho e ser equiparado a uma demissão sem justa causa, alegando aí o grave risco à sua integridade física e moral, e acumular o pedido de indenização."

Ambiente de trabalho e postura dos clubes

Esses episódios, embora às vezes sejam tratados como encontros pacíficos ou diálogos, geram indignação recorrente entre os jogadores. Muitos relatam que esse tipo de situação passou a ser encarado como parte do ambiente de trabalho, porém causa desgaste e cansaço. Os atletas acreditam que os próprios clubes facilitam esses encontros, inclusive com um aval velado das diretorias para que torcedores entrem nos centros de treinamento e cobrem diretamente os jogadores, o que descaracteriza o ambiente como protegido e profissional.

Não é raro que os jogadores se sintam expostos ou traídos pelas próprias diretorias, que permitem e até incentivam tais situações como forma de transferir a pressão para os atletas. Por isso, os grupos de jogadores desenvolveram um protocolo informal de proteção, onde líderes mais experientes assumem a responsabilidade de representar os colegas nessas conversas, ouvindo críticas e respondendo de forma protocolada, reforçando que o elenco está trabalhando, reconhece as cobranças e busca soluções para a temporada.

Porém, a percepção predominante é que essas reuniões servem mais para preservar a imagem do clube do que para resolver problemas internos.

Consequências legais e desportivas

Quando fica comprovado que o clube facilitou ou omitiu-se na segurança dos atletas, o caso pode avançar para a esfera criminal, envolvendo torcedores e dirigentes, conforme a gravidade. Na esfera desportiva, o clube pode ser punido por não garantir um ambiente seguro para seus funcionários.

O advogado Higor Maffei Bellini explica: "O atleta pode falar que o clube, sabedor do risco que os atletas estavam submetidos, não teve nenhuma atitude para garantir a segurança dos atletas. Mesmo no caso em que não há agressão, o jogador pode falar que o clube não está garantindo a segurança dele, o que o impede de trabalhar, porque ninguém ali foi contratado para tomar esculacho de torcedor. O problema disso é que se você tiver um jogador com um contrato de dois, três anos, ele pode exigir os salários até o final do contrato, nessa rescisão antecipada por culpa do empregador que não garantiu a segurança. Então, um ato hostil da torcida, além de desestabilizar o elenco, pode causar prejuízos milionários para o clube."

Impacto psicológico e no mercado de trabalho dos jogadores

Dentro do vestiário, o clima após esses episódios é de frustração. Muitos jogadores contam que suas famílias recomendam que deixem o país. Aqueles que têm condições financeiras ou mercado fora do Brasil repensam seus contratos e dificilmente consideram retornar ao futebol brasileiro. Jogadores com maior experiência internacional evitam voltar ao Brasil para não se expor a essas instabilidades. Esse fator pesa na hora de avaliar propostas do país.

Entre atletas mais experientes, há consenso de que dificilmente aceitam repetir situações assim e preferem encerrar suas carreiras em outros mercados onde esses episódios são inimagináveis. Esse comportamento reflete o temor não apenas pelos próprios jogadores, mas também por suas famílias, que muitas vezes se tornam alvo de ameaças ou constrangimentos.

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