O filme 'Ainda estou aqui', dirigido por Walter Salles, fez história ao se tornar a primeira produção brasileira a ganhar um Oscar, recebendo a estatueta de Melhor Filme Internacional na noite de domingo (2/3), durante a 97ª edição da premiação.

Uma Trajetória Marcante

Produzido em parceria entre Brasil e França, o longa-metragem estrelado por Selton Mello e Fernanda Torres traz à tona a luta da advogada Eunice Paiva pelos Direitos Humanos e Indígenas, baseado no romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva, seu filho.

Discurso do Diretor

Ao receber o prêmio, Walter Salles expressou sua gratidão, afirmando: "Obrigado em primeiro lugar em nome do cinema brasileiro. É uma honra receber esse prêmio num grupo tão extraordinário de cineastas. Dedico esse prêmio a uma mulher que, após uma perda durante um regime autoritário, decidiu não se curvar e resistir. Esse prêmio é dedicado a ela, Eunice Paiva, e às duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. É uma coisa extraordinária. Muito obrigada."

Concorrentes e Contexto

'Ainda estou aqui' superou produções como o dinamarquês 'A garota da agulha' e o francês 'Emilia Pérez', o último tendo enfrentado críticas severas por suas representações estereotipadas.

Recepção do Público

Desde sua estreia em 7 de novembro do ano passado, o longa já conquistou mais de 5 milhões de espectadores e se tornou a produção nacional exibida em mais cidades do Brasil nos últimos sete anos.

A Importância Histórica do Filme

O filme narra a saga de Eunice Paiva, que, após a prisão e morte de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, inicia uma busca incansável pelo reconhecimento oficial de sua morte, uma luta que se estendeu até 1996. A obra se destaca por sua abordagem sensível, evitando a exploração gráfica da violência, e se tornou um reflexo do desejo de justiça e verdade no Brasil.