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Quatro décadas de tentativas frustradas: Brasil não consegue conter violência das torcidas organizadas
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Quatro décadas de tentativas frustradas: Brasil não consegue conter violência das torcidas organizadas

Entradas recentes de membros dessas torcidas em centros de treinamento reacendem alerta sobre segurança no futebol brasileiro

Por Admin

23/07/2025 03:00 · Publicado há 7 horas
Categoria: Esportes

A presença constante de torcidas organizadas nos centros de treinamento voltou a ser um problema recorrente no futebol brasileiro. Nas últimas semanas, integrantes desses grupos estiveram nos CTs de clubes como Vasco, São Paulo, Corinthians e Sport. Enquanto em três clubes ocorreram reuniões, variando entre pacíficas e marcadas por cobranças e ameaças, o episódio mais grave aconteceu no Sport, onde a violência ultrapassou os limites toleráveis.

Escalada da violência nas torcidas organizadas

O cenário de tensão crescente entre torcidas organizadas e clubes tem se intensificado, com invasões frequentes, intimidações e protestos direcionados a dirigentes, comissões técnicas e jogadores. Essa situação desafia a segurança e a gestão dos times brasileiros.

Histórico de tentativas fracassadas de controle

Ao longo das últimas quatro décadas, o Brasil acumulou diversas tentativas sem sucesso para conter a violência associada às torcidas organizadas no futebol. O país carece de um órgão específico para tratar do tema, dificultando a criação de políticas permanentes, que acabam surgindo de forma reativa, após tragédias com vítimas fatais, num modelo conhecido como "legislação sob impacto".

Desde 1988, foram contabilizadas pelo menos 407 mortes ligadas a confrontos entre torcedores, segundo levantamento do jornalista Rodrigo Vessoni. Apesar das diversas iniciativas, os confrontos continuam a representar uma ameaça à convivência segura no futebol.

Medidas adotadas e suas limitações

Algumas das ações implementadas ao longo dos anos incluem:

  • Estatuto do Torcedor (2003), que estabeleceu regras para segurança e direitos, mas enfrenta dificuldades na aplicação efetiva.
  • Proibição temporária de torcidas organizadas em estádios, que não impede a presença disfarçada de torcedores.
  • Cadastro e monitoramento de membros, com deficiências na atualização e integração dos dados.
  • Uso de reconhecimento facial e tecnologias, ainda com alcance restrito e questões legais.
  • Torcida única em jogos de risco, medida paliativa que não elimina confrontos fora dos estádios.
  • Campanhas simbólicas como "Cadeiras Vazias", com pouco alcance e continuidade.
  • Punições mais severas, prejudicadas pela impunidade e morosidade da Justiça.
  • Treinamento policial, fiscalização de cânticos violentos, monitoramento das redes sociais e responsabilização dos clubes, com resultados limitados.
  • Outras iniciativas como proibição de bebidas alcoólicas, controle de ingressos e cerco judicial a lideranças violentas têm sido implementadas de forma pontual e inconsistente.

Experiências internacionais como referência

Enquanto o Brasil ainda depende de medidas reativas, países como Inglaterra, Alemanha e Argentina adotaram políticas integradas e de longo prazo para enfrentar a violência nos estádios:

  • Inglaterra reformulou sua estrutura e legislação após tragédias, com cooperação entre polícia, justiça e clubes, além de penas rápidas e rigorosas.
  • A Alemanha investe em diálogo com torcedores, prevenção e inteligência policial, promovendo o papel do "torcedor cidadão".
  • Argentina implementou identificação biométrica e centralizou a fiscalização com um comitê oficial, coordenando ações entre federações, clubes e polícia.

Desafio para o Brasil

Sem um plano nacional articulado e continuo, investimento adequado, integração institucional e envolvimento das torcidas em ações culturais de paz, o futebol brasileiro segue vulnerável a episódios de violência. A falta de estratégias consistentes permite que o problema se reinvente dentro de um sistema que ignora suas raízes.

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