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Athletico retira naming rights da Arena da Baixada após atraso milionário
Clube e Ligga Telecom entram em disputa judicial por dívida de R$ 50 milhões e novo nome do estádio volta a ser o tradicional
O Athletico iniciou a retirada do naming rights da fachada da Arena da Baixada depois de romper o contrato com a Ligga Telecom no mês passado em razão de uma dívida de R$ 50 milhões. Com isso, o estádio voltará a exibir o nome do clube na área externa.
Modificações na fachada da Arena
A mudança começou na semana passada, quando o clube removeu as logos da empresa que estavam espalhadas pela Arena, tanto internamente quanto externamente. Desde quarta-feira (23), um novo letreiro está sendo instalado no estádio.
Em maio, o Athletico já havia anunciado uma nova identidade visual na fachada externa do setor Buenos Aires, incluindo o letreiro "Club Athletico Paranaense" com 49,80m por 2,40m, pintura do prédio frontal em preto, instalação de 10 banners com área total de 1.790,25m², e adesivagem em preto nos vidros com dois escudos em vermelho. O clube também planeja alterações em outros setores, porém não divulgou detalhes, apenas prometendo novidades em breve.
Essas mudanças atendem a uma crítica frequente da torcida desde a reforma da Arena para a Copa do Mundo de 2014, que apontava como negativa a cor predominante cinza do estádio, diferente das cores tradicionais do Furacão vistas entre 1999 e 2011.
Disputa judicial entre Athletico e Ligga Telecom
No mês passado, o Athletico suspendeu e posteriormente encerrou o contrato com a Ligga Telecom, alegando atrasos no pagamento que totalizam R$ 50 milhões. A empresa, no entanto, nega a dívida. O acordo, firmado em julho de 2023, tinha duração de 15 anos e valor de R$ 200 milhões, o que equivalia a R$ 13,3 milhões por temporada, sendo o sexto maior contrato de naming rights do Brasil.
Apesar de tentativas de negociação, incluindo uma proposta para reduzir os valores devido à queda do clube à Série B em 2024, a questão foi levada à Justiça. Diante da ausência de resolução, o Athletico deixou de mencionar a marca da empresa como nome do estádio em suas redes sociais e site oficial, retomando os nomes tradicionais "Arena da Baixada" e "Caldeirão".
O nome oficial do estádio havia sido alterado para Mario Celso Petraglia no ano anterior.
A Ligga Telecom declarou em nota: "A Ligga Telecom foi surpreendida com a decisão do Athletico, visto que negociações estão em curso. Ressaltamos que o diálogo entre as partes tem o objetivo de revisar os termos do contrato vigente, com foco na construção de uma solução que atenda aos interesses mútuos. O contrato firmado prevê cláusulas de confidencialidade que impedem a divulgação de informações sobre as negociações em andamento."
Impactos financeiros para o Athletico
O contrato de naming rights com a Ligga Telecom foi usado como garantia para o pagamento da dívida da reforma da Arena, que custou R$ 590 milhões, muito acima do orçamento inicial de R$ 184,6 milhões para a Copa do Mundo de 2014. Sem multas e juros, o valor poderia chegar a R$ 1,2 bilhão.
Estado e Município comprometem-se a pagar R$ 75 milhões cada pela reforma, sendo que o governo já cumpriu sua parte e a prefeitura efetuou um depósito de R$ 50 milhões descontado de outra dívida do clube.
O Athletico já pagou parcelas significativas nos últimos anos, somando R$ 185,9 milhões, mas ainda resta um valor total de R$ 364 milhões, dividido entre títulos de potencial construtivo emitidos pela prefeitura (R$ 233 milhões) e valores diretos do clube (R$ 131 milhões). O pagamento ocorre em parcelas decrescentes corrigidas pela Taxa de Juros de Longo Prazo + 1,9% ao ano, com amortização vinculada à comercialização do potencial construtivo.
Na última parcela de R$ 67,5 milhões, a prefeitura repassou apenas R$ 6,9 milhões, abaixo da expectativa do clube de R$ 20 milhões, obrigando o Athletico a cobrir a diferença.
Outra fonte de garantia são as mensalidades do programa de sócio-torcedor, que arrecadaram R$ 59,3 milhões em 2024, conforme balanço financeiro.
Valores de naming rights em estádios brasileiros
- Mercado Livre Arena Pacaembu: R$ 1 bilhão por 30 anos (R$ 33,3 milhões por ano)
- Morumbi (São Paulo): R$ 75 milhões por temporada (R$ 25 milhões por ano)
- Vila Viva Sorte (Santos): R$ 150 milhões por 10 anos (R$ 15 milhões por ano)
- Allianz Parque (Palmeiras): R$ 300 milhões por 20 anos (R$ 15 milhões por ano)
- Neo Química Arena (Corinthians): R$ 300 milhões por 20 anos (R$ 15 milhões por ano)
- Ligga Arena (Athletico): R$ 200 milhões por 15 anos (R$ 13,3 milhões por ano)
- Casa de Apostas Arena Fonte Nova: R$ 52 milhões por 4 anos (R$ 13 milhões por ano)
- Arena MRV (Atlético MG): R$ 71,8 milhões por 10 anos
- Arena BRB Mané Garrincha: R$ 7,5 milhões por 3 anos (R$ 2,5 milhões por ano)
- Casa de Apostas Arena das Dunas: R$ 6 milhões por 5 anos (R$ 1,2 milhão por ano)
- Arena Nicnet (Botafogo-SP): R$ 6 milhões por 5 anos (R$ 1,2 milhão por ano)
Próximos jogos do Athletico na Arena
- América-MG x Athletico: domingo (27), às 18h30, Arena Independência
- Athletico x Paysandu: domingo (3), às 18h30, Arena da Baixada
- Criciúma x Athletico: segunda (11), às 19h, Heriberto Hülse